segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009


Soraia numa sessão de Fonoaudiologia.

Vitória na sessão de Terapia Ocupacional


Soraia e Josemeire com suas mães em nossa festa de Natal 2008.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Meu filho

Um certo dia descobri que estava gravida.
Grávida? Meu Deus!
No início fiquei um pouco assustada, ao mesmo tempo feliz, às vezes insegura.
Muitas vezes me pegava chorando, era uma emoção muito forte saber que dentro de mim pulsava outro coração, uma vida!
Entre enjoôs, peso nas pernas, eu esperava...
As primeiras roupinhas, a primeira mamadeira, o pequeno bercinho...o primeiro bichinho de pelúcia e lá estávamos ( eu e papai) sonhando com o nosso bebê.
Com quem se pareceria? Como seria? E quando crescesse, o que seria? Doutor? Professor? Um mundo todo pela frente.
O tempo passou.
Hoje acordei e descobri que nosso filho era diferente.
Não era como as outras crianças.
Suas perninhas, seus bracinhos.... não segurava a cabecinha direito, não conseguia mamar direito. Ora chorava muito, ora permanecia num silêncio profundo.
O tempo foi passando e nosso filho não andava, não falava, apenas nos olhava de uma forma profunda, pedindo-nos que o aceitasse e o amasse assim, como ele era. Mas nós não compreendiamos isso, não compreendiamos seu olhar, seu pedido silencioso.
Então começamos ( eu e papai) a grande peregrinação. Médicos, exames, diagnósticos, palavras que não compreendiamos, que não fazia sentido.
Sindrome de Dowm, Paralisia Cerebral, Autismo, Atraso no desenvolvimento.... eram tantas coisas que não sabíamos o que pensar, o que fazer.
Muitas vezes chorávamos por não entender o porque daquilo! O que havíamos feito de
errado!
Muitas vezes perguntávamos a Deus o porque? porque comigo?
Veio a revolta, o desespero , o medo.... e novamente a busca por respostas as quais jamais obtivemos.
O tempo foi passando e começaram os tratamentos, idas e vindas às clínicas. Fisioterapia, fonoaudiologia e então começamos a conhecer melhor o nosso filho..... a posicioná-lo, a alimentá-lo, os cuidados que deveríamos ter.
Mais tarde vieram outros tratamentos: terapia ocupacional, psicologia e a cada dia aprendíamos algo novo...um novo olhar para nosso filho.
As primeira palavras: ma - pa.... não ocorreram no primeiro ano de vida, mas sim dois ou três anos depois. Mas lá estava ele nos dizendo o que gostava, o que não gostava, sorria quando cometíamos algum erro.
As vezes as palavras não diziam o que o seu olhar nos revelava. E nós fomos aprendendo a conhecer cada expressão do seu rosto, cada movimento do seu corpo. E nesses momentos, olhávamos para o alto e agradecíamos a Deus pois hoje , nosso filho nos sorria e nos mostrava o quanto precisava dos nossos cuidados, do nosso amor.
Muitas vezes sentiamos cansaço e diziamos: "hoje não vamos à clínica, é apenas um dia..." e aí ele nos olhava e lá estávamos nós, carregando nosso filho nos braços.
Mais tarde iniciou a escola, a hidroterapia e tudo que acreditávamos que pudesse ajudá-lo.

Hoje após anos, nosso filho continua aqui. Fala não através de palavras, mas com o olhar, com gestos. Anda com dificuldades e com ajuda de aparelhos ortopédicos....
Se expressa ao mundo por seu olhar profundo e intenso, por seu sorriso....
Hoje não choramos mais e agradecemos a Deus por tê-lo ao nosso lado e por sabermos o quanto ele nos ajudou a amadurecer, a sermos pessoas melhores e por estarmos juntos nessa jornada.
As vezes o desânimo bate a porta, o cansaço.... mas a certeza de que valeu cada momento, vence os dias difíceis.
Hoje olhamos o nosso filho e vemos a sua coragem. Ele nos sorri e em seu brilho e na intensidade de seu ser, reconhecemos nossos esforços, nossa luta.
Nosso filho está aqui e hoje ele não é diferente.... ele simplismente é especial!!!!!


Roseli E. falato
Psicóloga/ Psicopedagoga.






quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Meu filho não tem jeito!

MEU FILHO NÃO TEM JEITO...

Estamos sempre nos queixando de que nossos filhos não assumem responsabilidades, não arrumam suas coisas, são desorganizados ou são folgados. Sempre fazemos a mesma pergunta: "Quando ele vai crescer?"
Ai, eu lhes pergunto:
"O que vocês estão fazendo por seus filhos?"
" Que oportunidades ou condições vocês estão proporcionando para que ele possa experienciar/vivenciar situações necessárias para seu aprendizado e crescimento pessoal?"
" Eu delego responsabilidades ou quero ter tudo sob o meu controle?"
" Eu cobro responsabilidades, mas eu assumo as minhas? Eu cumpro com as minhas promessas?"

Queridos pais, vocês são os primeiros e os principais modelos na vida de seus filhos, principalmente na fase dos 0 aos 7 anos, onde ainda não desenvolveram completamente a personalidade e a mesma está em construção.
Compare seu pequeno filho a construção de uma casa.
É necessário um terreno firme, seguro para que você possa começa a erguê-la.
A base é sua estrutura que deve ser a principal obra, pois aquilo que é construido em terreno frágil não suporta o peso da construção e em algum momento desaba.
A construção é ardua, lenta e deve ser forte, pois é o seu lar, onde você irá criar a sua família.
Os detalhes finais, o acabamento, são apenas detalhes, porque a base é o que conta.
Se ele tiver uma base sólida, bem estruturada, com valores positivos ele crescerá forte, capaz de enfrentar as frustrações e as desiluções da vida, se transformando num adulto pleno/completo, capaz de cuidar de si e do outro.
Se ele for criado num ambiente frágil, desestruturado, com valores duvidosos, assim ele será.
Como você quer que seu filho seja?

Roseli E. Falato
Psicóloga