sábado, 2 de maio de 2009

Como se escreve

Quando eu tinha somente cinco anos, a professora do jardim de infância pediu aos alunos que fizéssemos um desenho de alguma coisa que amávamos.
Eu desenhei minha família.
Depois tracei um grande círculo com lápis vermelho ao redor das figuras.
Desejando escrever uma palavra acima do círculo, saí da minha mesinha e fui até a minha professora e disse:
Professora, como se escreve...?
Ela não me deixou concluir a pergunta.
Mandou eu voltar para o meu lugar e não me atrever mais a interromper a aula.
Dobrei o papel e guardei no bolso.
Quando retornei para casa, naquele dia, me lembrei do desenho e o tirei do bolso.
Alisei-o bem sobre a mesa da cozinha, fui até minha mochila, peguei um lápis e olhei para o grande círculo vermelho.
Minha mãe estava preparando o jantar, indo e vindo do fogão para a pia.
Eu queria terminar o desenho antes de mostrá-lo para ela e disse:
Mamãe, como se escreve...?
Menino, não dá pra ver que eu estou ocupada agora!
Vá brincar lá fora. E não bata a porta, foi a resposta dela.
Dobrei o desenho e guardei no bolso.
Naquele dia eu tirei outra vez o desenho do bolso, olhei para o grande círculo vermelho e peguei o lápis.
Queria terminar o desenho antes de mostrá-lo a meu pai.
Alisei bem as dobras e coloquei o desenho no chão da sala, perto da poltrona reclinável do meu pai e disse:
Papai, como se escreve...?
Estou lendo o jornal e não quero ser interrompido.
Vá brincar lá fora e não bata a porta.
Dobrei o desenho e o guardei no bolso novamente.
No dia seguinte, quando minha mãe separava a roupa para lavar, encontrou no bolso da minha calça, uma pedrinha, um pedaço de barbante e duas bolinhas de gude. Todos os meus " tesouros" que eu catara enquanto brincava fora de casa.
e nem abriu o papel.
Atirou tudo no lixo.


Os anos passaram....


Quando eu tinha 28 anos, minha filha de cinco anos fez um desenho.
Era o desenho da sua (minha) família.
Sorri quando ela apontou uma figura alta, de forma indefinida e me disse:
este aqui é você papai.
olhei o círculo vermelho feito por minha filha ao redor das figuras e lentamente comecei a passar o dedo sobre o círculo.
Ela desceu rapidamente do meu colo e avisou:
Eu volto logo!
E voltou. Com um lápis na mão.
Acomodou-se outra vez no meu joelho, posicionou a ponta do lápis perto do topo do grande círculo vermelho e perguntou:
papai, como se escreve amor?

abracei minha filinha, tomei sua mãozinha e fui conduzindo, devagar, ajudando-a a formar as letras enquanto dizia:

Amor....
Amor, querida se escreve com as letras T...E...M...P...O ( TEMPO)


Conjugue o verbo amar todo o tempo.
Use o seu tempo para amar, não esquecendo que para o filho, o que importa é ter quem ouça e opine, quem participe e vibre, quem conheça e incentive.
Não espero seu filho ter que descobrir sozinho como se escreve amor, família, afeição.
por fim, lembre-se:
Se você não tiver tempo para amar, crie.
afinal, o ser humano é um poço de criatividade e o tempo...

... bom,
o tempo é uma questão de escolha.


( autor desconhecido)


Esta mensagens vem nos fazer pensar em como estamos utilizando nosso tempo.
Esse tempo que é rápido, que voa com o vento e que muitas vezes desperdiçamos.
O tempo de estar com quem amamos e que por muitas vezes deixamos passar, deixamos pra amanhã.
E o amanhã pode ser tarde demais!
Viva o amor hoje.
Encontre tempo para ser feliz e fazer feliz a quem te ama.


Roseli Elizete Falato
Psicóloga/Psicopedagoga.

Comunicação Alternativa


A fala é considerada a melhor forma e o meio mais utilizado para a comunicação. No entanto, muitas crianças, jovens e adultos por apresentarem algum tipo de deficiência não conseguem falar, ou mesmo que consigam, possuem uma fala pouco compreensível, não sendo suficiente para uma boa comunicação.Para que essas pessoas possam então mostrar o que conseguiram aprender, para que possam conversar, contar sobre suas experiências, falar sobre os seus desejos, sentimentos ou até mesmo para que possam contar uma história, existem outras formas de comunicação além da fala e da escrita.
Comunicação alternativa é o termo usado para definir estas outras formas de comunicação que substituem as funções da fala. O olhar, o apontar, fazer gestos, emitir sons, sorrir, usar objectos, fotografias, desenhos, a expressão do corpo e do rosto, são importantes recursos de comunicação para aqueles que não conseguem falar.
Além disso, existem também as chamadas sistemas alternativos de comunicação reconhecidos internacionalmente e utilizados para facilitar a comunicação de pessoas com deficiência. Um dos sistemas mais conhecidos são os gestos manuais da Língua Brasileira de Sinais ( LIBRAS), usados por pessoas com deficiência auditiva.
Picture Communication System ( PCS ) e Blissymbols ( BLISS ) também são sistemas alternativos de comunicação usados nos casos de diferentes deficiências, especialmente na paralisia cerebral. Ambos são compostos por desenhos ou traçados em gráficos capazes de representar diferentes sentidos e conceitos, permitindo as pessoas com dificuldades de fala elaborar e transmitir desde mensagens simples até os mais complexos.
A escolha de qual sistema é mais indicado para cada pessoa , assim como o trabalho propriamente dito com a Comunicação alternativa, é feito por um profissional especializado na área, o fonoaudiólogo, que necessita do auxílio de outros profissionais, como o terapeuta ocupacional, o fisioterapeuta, o psicólogo, o professor, entre outros. A própria família e as pessoas próximas ao usuário de um sistema alternativo de comunicação também podem participar e auxiliar neste trabalho.


Artigo retirado do Informativo da associação Nossa Sonho Ano I Número I.