domingo, 24 de outubro de 2010

Hiperatividade ou falta de limites?



Muito se fala hoje sobre a Hiperatividade e nos prejuízos que causa na vida de nossas crianças, devido ao comprometimento significativo das funções sociais, das relações familiares, da realização nos estudos e nas atividades profissionais. No entanto, é necessário uma Avaliação multidisciplinar que integra a neurologia, a psicologia, a fonoaudiologia a psicopedagogia e em alguns casos, também uma avaliação psiquiatrica para um diagnóstico correto.

Mas antes de entrarmos nesse assunto, gostaríamos de levantar algumas questões fundamentais quanto as atitudes que tomamos frente a determinadas situações do cotidiano, que podem ser determinantes para chegarmos a um outro diagnóstico.



Quais são as suas atitudes quando seu filho:



* interrompe ou se intromete em assuntos de adultos

* responde de forma agressiva quando você tenta explicar-lhe algo ou orientá-lo

* quando não cumpre uma ordem sua ou um compromisso assumido

* quando mente

* quando não obedece regras estabelecidas por vocês

* quando não realiza atividades escolares e seu desempenho começa a decair

* quando apresenta problemas de comportamento na escola ou ambientes sociais

* quando pede algo que você não tem condições de dar....



Estas questões estão sendo colocadas para que possamos refletir sobre as atitudes que tomamos frente a determinadas situações do cotidiano, que de forma direta ou indireta também refletem nas atitudes que nossos filhos terão frente ao meio que estão inseridos.

Será que na maioria das vezes, não permitimos que os desejos de nossos filhos antecedam a real necessidade?

Por exemplo:

Quando dizem estar com fome, comem o que oferecemos ou só querem bobagens?

Quando dizem estar com sede, bebem agua ou só querem refrigerantes?

Ficam satisfeitos com o que tem ou só querem coisas de "marca"?



Hiperatividade ou falta de limites?



Atualmente fala-se muito sobre a hiperatividade principalmente no contexto educacional e familiar, quando a criança começa a mostrar-se agitada, sem atenção ou envolvimento em atividades, o rendimento escolar começa a apresentar prejuízos, o que gera também dificuldades nos relacionamentos.



Sabe-se que a hiperatividade apresenta caracteristicas neurocomportamentais que tem como sintomas principais:



* Não permanecer sentado por muito tempo, revirando-se, mexendo pés e mãos

* apresenta constante sensação de inquietação e ansiedade, com dificuldades em brincar, estudar e praticar atividades de lazer

* fala constantemente com tendência a monopolizar a conversa

* mostra necessidade de estar sempre ocupado com alguma coisa, agindo como se estivesse "elétrico"

* costuma fazer várias coisas ao mesmo tempo porem sem concluí-las

* apresenta prejuízo escolar devido a falta de atenção





Quando a hiperatividade é diagnosticada corretamente é necessário que a criança passe por acompanhamento multidisciplinar que ira ajudá-la a superar suas dificuldades e quando necessário o médico indicara a medicação mais adequada, que devera ser administrada corretamente e com responsabilidade.





Mas devemos estar atentos pois crianças que não recebem orientações quanto a limites, regras, valores morais, ou que passam por problemas familiares, por bulling, tendem a apresentar comportamentos semelhantes, sem no entanto apresentarem alterações neurológicas.

Muitas vezes as crianças são vitimas de uma educação frágil. Permissiva demais ou rígidas, que acabam por gerar comportamentos inadequados que facilmente serão confundidos com os apresentados pela hiperatividade.



Os primeiros contatos da criança com o mundo é feito através dos pais. É importante demonstrar o quanto ela é amada para que se sinta segura e protegida. Ela também sente necessidade de conversar e de ser ouvida para que possa compreender e assim assimilar normas e valores que levarão para toda a vida e que serão responsáveis pelas atitudes que terão no meio ao qual estão inseridos.

Portanto, temos uma responsabilidade enorme no desenvolvimento emocional e psíquico de nossas crianças.

Se queremos ser respeitados precisamos respeitá-los também.

Somos o melhor exemplo para nossos filhos.







Roseli Elizete Falato
Psicóloga/Psicopedagoga


Merle Elen A. Oliveira
Pedagoga/Psicopedagoga