domingo, 29 de março de 2009

A dor de não compreender

Hoje eu vi no olhar de um pai
Todo sofrimento por um filho
Que não pode andar, que não pode falar!

Hoje eu vi no olhar de uma mãe
Toda angústia de um filho
Que nunca vai poder verbalizar
Mãe como eu amo você!

Hoje vi no olhar de uma criança
Toda dor de ser incompreendido.

De seu olhar um agradecimento
Pela vida
Pelo cuidado
Pelo carinho
Pelo sacrifício

Mas eles não compreendem .......

Vivem a angústia de uma resposta
Que nunca virá.
por que?

E se perdem no tempo
Correndo atrás de culpados
Para aliviar a dor que toma conta de seus corações.

E perdem a oportunidade maior
De amar incondicionalmente esse ser
Que Deus entregou a seus cuidados
Acreditando na capacidade de cada um
De suportar a dor.

E como suportar a dor?

Acreditando!
Não na cura, mas na redenção.
Na capacidade de se doar e de amar!
Cada segundo ao lado desse filho
É uma graça concedida!

Pena que a dor seja maior que o amor
E maior que a capacidade de enxergar além de onde seus olhos podem ver.



Roseli Elizete Falato
Psicóloga/ Psicopedagoga

sábado, 21 de março de 2009


Nosso passeio ao Playcenter

A borboleta e o Cavalinho

Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam numa floresta distante, há muitos anos atrás.
Eram elas, um cavalinho e uma borboleta.

Na verdade,
Não tinham praticamente nada em comum,
mas em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo.
A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem.
Já o cavalinho, tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue a natureza.
Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi cerceada.
A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta, gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho.
Assim, todos os dias, ia visitá-lo e lá chegando levava sempre um coice, depois então um sorriso.
Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que o ajudasse a carregar o seu cabresto por causa de seu enorme peso.
ela, muito carinhosamente tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ela ser uma criaturinha frágil.
Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro.
Ele nem percebeu, preocupado ainda estava em se livrar do cabresto.
E vieram outras manhãs e mais outras e milhares de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta.
Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela.
Caminhou por toda a floresta e a observar cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou.
Cansado se deitou em baixo de uma árvore.
Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia ali.
Eu sou o cavalinho do cabresto e estou a procura de uma borboleta que sumiu.
- Ah, é você então o famoso cavalinho?
- Famoso, eu?
É que tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você.
Mas afinal, qual borboleta que você está procurando?
É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoava a floresta todos os dias visitando todos os animais amigos.
- Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando.
Não ficou sabendo?
Ela morreu e já faz muito tempo.
- Morreu, como foi isso?
Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você, e todos os dias quando ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice.
Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém.
Insistiram muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com a maior alegria de você.
Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento.
- Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo.
ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos coices que ela recebeu desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste e sucumbiu e morreu.
E ela não mandou me chamar nos últimos dias?
Não. Todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte:

" Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que nunca pude ajudá-lo a resolver.
Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui."



Você pode até aceitar os coices que lhe deram quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento da sua vida, as feridas que eles vão lhe causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizados.
Quanto ao cabresto que você tiver que carregar durante sua existência, não culpe ninguém por isso, afinal, muitas vezes, foi você mesmo que o colocou no seu dorso, ou permitiu que fosse colocado.

- " Espero que você possa aceitar as coisas como elas são...
Sem pensar que tudo conspira contra você...
Porque parte de nós é entendimento.... a outra parte é aprendizado...
Que você possa ter forças para vencer todos os seus medos...
Que no final possa alcançar todos os seus objetivos.....
Que tudo aquilo que você vê e escuta possa lhe trazer conhecimento, que essa escola possa ser longa e feliz.... pois parte de nós é o que vivemos, e a outra parte é o que esperamos....
Que durante a sua vida você possa construir sentimentos verdadeiros....
Que você possa aceitar que só quem soube da sombra, pode saber da luz."

Para ser feliz não existe poção mágica.
É preciso somente que tenha a alma limpa e desprovida de mágoas e rancores.Quanto mais tempo ficarmos remoendo as dores, mais tempo levaremos para cicatrizar as feridas.
Estamos aqui de passagem. Nada trouxemos e nada levaremos.
Cada um é livre para cumprir a sua missão.
Agradeço Senhor, os verdadeiros amigos, mesmos imperfeitos e limitados.
Muitas vezes decepciono-me, esquecido (a) de que sou eu quem erro quando espero deles uma perfeição e um perfeito amor o qual somente VÓS possui e mesmo aqueles que vos amam verdadeiramente, são falhos, porque são humanos.
Agradeço Senhor, pela sua compaixão, pela sua graça, pela sua bondade, que estão sempre presentes, sustentando-me nos momentos mais difíceis.
Agradeço, Senhor, pela pessoa que sou.
E que meus amigos (as) perdoem-me por ser imperfeito (a).

Que Assim seja.....


( Autor desconhecido)


Deixo essa mensagem como reflexão.
Como me sinto diante dessa história?
Com quem me identifico?
Com a borboleta ou o cavalinho?

Façamos uma reflexão sobre nossas atitudes, em como estamos lidando com nossas dificuldades e se assumimos as responsabilidades de nossas escolhas.

Um grande abraços a todos!

Roseli Elizete Falato
Psicóloga/Psicopedagoga.

terça-feira, 10 de março de 2009

Depressão: Um inimigo silêncioso

Sabe aqueles dias em que acordamos cansados, desanimados, com vontade de chutar o despertador e voltar a dormir?
E aí bate aquela tristeza em motivo aparente e a gente começa a chorar, se olha no espelho e se sente feia, e só vai se arrumar porque temos que trabalhar?
Tudo é cansativo. O caminho pro trabalho, a conversa com os amigos, não encontramos mais prazer no que fazemos e tudo parece tão difícil!
Se alguém nos convida para sair, recusamos! Nossa vontade é voltar para casa e se meter na cama, como se pudéssemos fugir de tudo e de todos.
E aquela tristeza imensa, aquele vazio que não conseguimos explicar.
Ao mesmo tempo que nos sentimos ansiosos e agitados, perdemos o interesse pelas coisas que sempre gostamos de fazer. Um sentimento de culpa e um pessimismo enorme toma conta de nosso ser.
As vezes não conseguimos dormir. Ah aquela insônia, companheira de muitas noites!
Tentamos ler, mas temos dificuldades em nos concentrar, aliás, não apenas na leitura, mas no geral.
Nem mesmo aquele programa humorístico que tanto gostamos, não consegue nos distrair.
Sentimos que o mundo está diferente, mais lento, sem graça!

E essa tristeza!!!!

CUIDADO!

Se essas sensações perduram por muito tempo, alguma coisa está errada!
Sentir tristeza é normal, mas quando permanece por muito tempo, associado a outros sintomas, você pode estar com depressão.
E a depressão pode, muitas vezes, surgir sem uma causa aparente. Ela nos paralisa diante da vida.
Vem seguida de um sofrimento intenso e dependendo da frequência e duração dos sintomas físicos e psíquicos, ela pode se tornar um problema sério.
Não se sinta envergonhado (a) de admitir que não se sente bem e procur e ajuda
Na depressão há também evidências de fatores neuroquimicos que só um médico poderá tratá-lo.
Ele vai saber ouvi-lo (a), medicá-lo (a) e encaminhá-lo (a) à um psicólogo, que juntos, vão ajudá-lo (a) a superar esse problema.
Você não precisa se sentir sozinho (a) neste momento.
Converse sobre sua tristeza, tenha coragem de buscar ajuda e, seguindo um tratamento corretamente, você se sentira melhor e começara a descobrir novamente o prazer de viver e de sorrir!

Não desista da vida!
Ela nunca desiste de você.




Roseli E. Falato
Psicóloga/ Psicopedagoga.

sexta-feira, 6 de março de 2009

" Adolescência: a pais e cuidadores"

A adolescência refere-se aos aspectos psicológicos que acompanham a mudança física da criança.
Inicia-se com a puberdade que envolve os aspectos fisiológicos, que compreendem as mudanças corporais e hormonais. Para as meninas as mudanças físicas, normalmente iniciam-se entre 09 a12 anos e para os meninos entre os 11 e 13 anos. Há a perda do corpo infantil.
Em função do rítmo acelerado do crescimento, é normal o jovem descansar e dormir bastante. Nessa fase, precisa de mais descanso do que quando tinha 09 ou 10 anos. caso tenha a oportunidade de praticar uma atividade esportiva que goste é excelente, para melhorar sua disposição e aprender a reconhecer e lidar com os limites de seu " novo" corpo.
Os pais ou um adulto próximo ( que é o cuidador) deve estabelecer um vínculo de confiança para que o jovem perceba que não está sozinho e sinta-se aceito e respeitado. Se este vínculo for estabelecido na infância, o relacionamento é mais saudável ainda. Auxilia-o a reconhecer seus pontos fortes e suas habilidades, fortalecendo sua auto estima.
O jovem deve sempre ser orientado que todas as suas ações trazem consequências. Deve ser incentivado a enfrentar seus problemas e a valorizar seus verdadeiros amigos.
Suas emoções podem de um momento para o outro transitar entre a alegria - tristeza- raiva- medo- desapontamento- apatia-euforia, etc... Permita que o jovem expresse seus sentimentos. cuidado para não precipitar-se em julgamentos, conselhos ou soluções inoportunas. Às vezes é necessário apenas ouví-lo. Conversando sobre os sentimentos dele ( não necessariamente sobre a situação que provocou esses sentimentos). Você pode auxiliá-lo a aprender a lidar inteligentemente com esses sentimentos e a solucionar problemas de forma construtiva.
Fique atento caso perceba mudanças de hábitos, comportamentos ou rotina do jovem. Se isso ocorrer, converse com ele sobre esse assunto, mostrando sua preocupação com más companhias, bebidas ou drogas.
A educação sexual deve ser iniciada na infância, preferencialmente pelos pais ou cuidador. Já na puberdade é importante que o jovem conheça a anatômia do corpo e a fisiologia da reprodução. E também saber sobre as atitudes e responsabilidades relacionadas ao sexo, incluindo gravidez precoce, doenças sexuais.
É muito saudável participar de uma comunidade religiosa para o jovem aprender sobre sua espiritualidade. A fé é um combustível insubstituível em nossa vida.
E a famosa dúvida: " o que vou ser quando crescer"? gera insegurança e expectativas. O jovem terá a difícil tarefa de identificar em qual área vai dedicar sua vida profissional. Encaminhá-lo a um Consultório de Psicologia para algumas sessões de Orientação vocacional, já no primeiro ou segundo ano do Ensino Médio, é um apoio para que ele tenha um espaço onde tratar esse assunto e ter o tempo necessário até o final do terceiro ano para que possa pesquisar e amadurecer sua decisão.
O adolescente oscila entre o velho e o novo, enquanto busca um caminho com o objetivo de " sentir-se pessoa".

Sugiro a leitura do livro: " Adolescentes - Quem ama educa - Autor Içami Tiba ( lançado em setembro/2005).


Mariana Binda Anacleto Morais
Psicóloga Clínica