sábado, 26 de setembro de 2009

Marcas do tempo

Hoje quero falar dos nossos idosos.
De um tempo em que a simplicidade, a solidariedade a alegria reinava em nossas casas.
Do tempo do fogão a lenha, da macarronada na casa da Vovô, das histórias que eram contadas tantas vezes que até perdíamos a conta, mas que a cada nova versão, se enchia de detalhes....
Daqueles que deram a vida a nossos pais....
Daqueles que nos deram a vida.....
Daqueles que nos ensinaram as primeiras palavras, que passavam noites em claro velando nosso sono, cuidando das nossas feridas, nos acalentado nos momentos difíceis.....
Daqueles que choravam quando nos deixavam na porta da escola e que se fingiam de fortes, mas que quando viravam as costas, deixavam rolar as lágrimas..... como era duro nos deixar ali, mas necessário.
E eles vibravam com nossa primeiras palavras e ouviam com atenção quando queríamos mostrar o que aprendemos na escola e mesmo que eles soubessem, faziam cara de surpresa, como se estivessem ouvindo aquilo pela primeira vez.
Foram tantos anos de amor e dedicação. De cuidado...... e de broncas quando fazíamos algo errado.
Eles sofriam quando precisavam nos corrigir....... quando recebíamos um castigo, eles sofriam mais do que nós, mas sabiam da necessidade do limite, do respeito.....
E sempre estavam ali. A primeira queda, as vitórias...... o primeiro namorado, a decepção...... e eles estavam ali, para nos apoiar, consolar, não nos deixar desistir.
E o tempo passou............
Crescemos, nos tornamos adultos dignos, conscientes de nosso papel na sociedade, na família.
E depois.......... não temos mais tempo para nossos pais.
Não temos paciência em ouvi-los, com suas doenças, com suas manias...........
Queremos o tempo todo corrigi-los.............
Ensinar-lhes a viver o nosso tempo.............
E esquecemos de tudo que recebemos, de tudo que aprendemos, porque somos modernos1
Agora tudo é diferente. E eles não conseguem acompanhar nossos passos.

Hoje ao me deparar com esse mundo em que estamos vivendo, sinto saudades da minha infância, da minha adolescência.
Saudades de um tempo que não volta mais e que é repleto de lembranças felizes.
Hoje ao me deparar com nossos idosos que buscam refugio nas recordações que o tempo insiste em apagar, sinto-me pequena e com vergonha dessa geração que vive a vida de maneira inconseguente e que esquecem que, um dia, alguém lhes falou da vida e do amor. E que esse mesmo alguém hoje, está esquecido em um asilo, ou mesmo num quarto repleto de recordações, que os mantém vivos, mas sozinhos.

Não vamos deixar isso acontecer..............
Vamos cuidar com amor daqueles que sempre nos ensinaram a viver.

Saudades dos meus avós e pai querido. Que falta sinto de vocês!
Beijos a minha mãe e obrigada por tudo que tens me ensinado até hoje.


Roseli elizete Falato
Psicóloga/Psicopedagoga

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